Escatologia Bíblica
Grupo Verdade do Evangeho
Simbologia Apocalíptica Preterista. Loucura ou boa hermenêutica?
Interpretando o Apocalipse_ A besta do Apocalipse
O capítulo 13 começa com o dragão — a força maligna por trás do Império Romano — de pé na areia do mar. Na verdade, o Império Romano parece surgir do Mar Mediterrâneo sobre a península da Itália. Também devemos considerar como o mar em linguagem profética às vezes representa a massa da humanidade (por exemplo, em Apocalipse 17: 15). Por conseguinte, podemos identificar o Império Romano surgindo do mar da humanidade. Então, João descreve a besta: “Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças” (Apocalipse 13: 1).
Quem é essa besta? Bem, vemos que ela se levanta do mesmo lugar que o dragão. Então João explicou que o dragão deu à besta “o seu poder, o seu trono e grande autoridade” (Apocalipse 13: 2). Como as bestas geralmente sereferiam a governantes, vemos essa besta como um dos governantes do Império Romano. Quando estudamos os eventos da História, é impressionante a clareza com que o imperador Nero se encaixa nessa descrição e como ele agiu de acordo com as visões que João descreveu nas passagens que se seguem no livro de Apocalipse. João descreveu como esse governante blasfemou contra Deus e era extremamente maligno (Apocalipse 13: 5-7).
Na verdade, é difícil imaginar qualquer governante mais maligno do que Nero. Desfrutando da adoração que as pessoas lhe ofereciam, ele mandou construir em Roma uma imagem de quarenta metros de altura de si mesmo. Em Éfeso, foram encontradas inscrições chamando Nero de “Deus Todo-Poderoso” e “Salvador”. Ele mandou matar muitos membros de sua família, inclusive a própria esposa grávida, a quem ele chutou até a morte. Nero exibia sua atividade homossexual de maneira pública e descarada. Ele casou-se com um menino com todas as cerimônias públicas usuais, e depois o castrou para tratá-lo como sua esposa. Ele também teve um relacionamento incestuoso com sua mãe. Algumas vezes, Nero se vestia como um animal selvagem e atacava, estuprava e assassinava prisioneiros homens e mulheres. Ele sentia prazer ao atacar seus órgãos sexuais com os dentes. Nero tinha grande prazer em observar as pessoas sendo torturadas e sofrendo as mortes mais terríveis. Finalmente, aos 31 anos, ele se matou.
Durante o período da Igreja Primitiva, acreditava-se de uma maneira geral que Nero era a besta do Apocalipse. Nero também era mencionado como uma besta por alguns de fora dos círculos cristãos. Por exemplo, Apolônio de Tirana escreveu: Em minhas viagens, que foram maiores do que qualquer homem já realizou, vi muitas, muitas bestas selvagens na Arábia e na Índia; mas esta besta, que deuma maneira geral é chamada de Tirano, não sei quantas cabeças tem, nem se tem garras tortas e se está armada com presas horríveis... E sobre as bestas selvagens, não se pode dizer que algum dia se ouviu dizer que elas comeram as próprias mães, mas Nero se empanturrou com essa dieta.