Escatologia Bíblica
Grupo Verdade do Evangeho
Bate Papo Escatológico n° 9_ Grupo Verdade do Evangelho
Simbologia Apocalíptica Preterista. Loucura ou boa hermenêutica?
A expressão “O SOL, a LUZ e as ESTRELAS”
E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Mateus 24:29
Alguns argumentam que Mateus 24 e o livro do Apocalipse são profecias futuristas por que o sol, a lua e as estrelas ainda estão no céu.
Esse argumento pode até parecer ridículo para alguém que nunca ouviu tal coisa ou até para um cristão que não está acostumado com as escolas escatológicas.
No entanto amigos, como vocês bem sabem, a esmagadora maioria dos mestres escatológicos acreditam na literalidade destes versículos. O que mais vemos nos dias de hoje são pessoas apregoando sinais naturais como se fossem apocalípticos. Cristão de todos os tipos e filosofias preocupados com as luas de sangue, com a possibilidade do sol perder seu brilho ou acontecer algo com as estrelas...
LEO, FELIPE, JULIANA, ELIANE, FERNANDO, VAGNER, WESLEY E AMIGOS ... realmente estamos no caminho certo em acreditarmos que estes textos são literais?
Antes de responderem, por favor, tenham paciência e voltem sua atenção para as linhas abaixo enquanto procuroreferendar uma hermenêutica que tenho ultimamente achado mais interessante e sadia.
Vou tentar demonstrar a vocês que essas mesmasfiguras foram usadas muitas vezes no Antigo Testamento para descrever os julgamentos de Deus, que já foram cumpridos, e, todavia, o sol, a luz e as estrelas não pararam de brilhar de uma maneira literal.
Isso é verdade pois, como Deus disse no Antigo Testamento, o SOL, a LUZ e as ESTRELAS serviriam de “sinais” para “governar”, o que significa um sinal de domínio ou governo.
Vejamos em Gênesis:
Gênesis 1:14: Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para SINAIS, para estações, para dias e anos.
Gênesis 1:16: Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para GOVERNAR o dia, e o menor para GOVERNAR a noite; e fez também as estrelas.
Repararam que o termo usado é GOVERNO para se referir ao sol e a lua?
Ainda em gênesis, Deus usa estes símbolos no sonho de José para denotar o governo humano:
Gênesis 37:9-10: Teve ainda outro sonho e o referiu a seus irmãos, dizendo: Sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim. Contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o o pai e lhe disse: Que sonho é esse que tiveste? Acaso, viremos, eu e tua mãe e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra?
Isso aconteceu quando José tornou-se governador no Egito e seus irmãos ajoelharam-se diante dele. Mas observe no versículo 10 que o pai de José, Israel, entendeu o significado verdadeiro da figura do sonho de José. Ele sabia que seu governo prostrar-se-ia diante do de José. Ele viu isso a partir do sonho de José de que o sol, a luz e as estrelas se inclinavam perante ele. Em figura bíblica, ver uma estrela cair do céu predizia uma mudança vindoura no governo ao qual ela fazia referência; ela estaria se referindo a um tempo futuro quando o governo não somente prostrar-se-ia diante do seu vencedor, mas seria completamente sobrepujado por ele e consequentemente cessaria de existir como um poder.
Amigos, percebam o mesmo artificio sendo usado em outras profecias.Observem a linguagem que Isaías usou quando profetizando sobre a destruição vindoura de Babilônia. Lembre-se que isso ainda é profecia do Antigo Testamento.
Isaías 13:9-11: Eis que vem o Dia do SENHOR, dia cruel, com ira e ardente furor, para converter a terra em assolação e dela destruir os pecadores. Porque as estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua luz. Castigarei o mundo por causa da sua maldade e os perversos, por causa da sua iniquidade; farei cessar a arrogância dos atrevidos e abaterei a soberba dos violentos.
O cumprimento real disso aconteceu quando os exércitos dos medos e persas derrotaram o Rei da Babilônia e tomaram sua cidade. Isso representou uma mudança no governo e na autoridade. Aproximadamente 200 anos antes disso ser cumprido, Isaías 44:28 declarou que o homem que cumpriria esse julgamento e daria a ordem para restaurar e reconstruir Jerusalém seria chamado Ciro.
No entanto, em nenhum momento o sol se escureceu ou a lua deixou de dar à luz literalmente. O que aconteceu foi apena uma mudança de autoridade.
A mesmíssima coisa acontece na linguagem profética de Ezequiel. Reparem como a destruição do Egito é descrita:
Ezequiel 32:7-8: Quando eu te extinguir, cobrirei os céus e farei enegrecer as suas estrelas; encobrirei o sol com uma nuvem, e a lua não resplandecerá a sua luz. Por tua causa, vestirei de preto todos os brilhantes luminares do céu e trarei trevas sobre o teu país, diz o SENHOR Deus.
Essa passagem da Escritura descreve uma mudança no governo, que foi cumprida quando o Egito foi sobrepujado pelas mãos do exército de outra nação. Em nenhum momento aconteceu qualquer sinal natural.
Levando em consideração a linguagem profética da velha aliança acima citada, ao invés de interpretarmos literalmente o texto exposto e ficarmos olhando para alua para diagnosticarmos se ela está vermelha, azul, preta... ou ainda, procurando indícios na internet em sites fantasiosos sobre a capacidade do sol de permanecer quente e luminoso, não seria mais fácil acreditarmos que esta mesma linguagem se repete na nova aliança? Não seria mais fácil acreditarmos que Deus estabeleceu uma linguagem profética em sua palavra?
O preterismo parcial acredita que quando o intérprete comete o erro básico de não olhar para trás com a finalidade de esmiuçar o ambiente cultural em que as passagens se originaram e em qual contexto foram escritas, eles interpretam incorretamente a mensagem que Deus pretendia que essas passagens comunicassem. Erro básico de interpretação!
Isso tem feito muitos teólogos atuais interpretar impropriamente a linguagem profética da Bíblia. Mas se eles pararem de quebrar a consistência da Bíblia, e ao invés disso perceberem a consistência e o padrão profético do Antigo e Novo Testamentos, então serão capazes de entender mais facilmente os ensinos proféticos de Jesus e seus apóstolos.
Resumindo: Amigos, interpretar as palavras do Senhor Jesus não levando em consideração o contexto judaico no qual estava inserido e, assim, ocidentalizando a interpretação é para mim um erro de interpretação. Por isto esta hermenêutica preterista me chamou a atenção.
Obrigado pela paciência.